Tabela do frete afeta exportações de milho, diz Anec
Segundo associação, país exportou 1,8 mi de t do grão em julho, queda de 45% ante o mesmo mês de 2017
Foto: divulgação/Monsanto.
Diferente do que acontece com a soja, as exportações de milho da safra 2017/2018 têm sido afetadas pelo tabelamento do frete, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). “A comercialização da safrinha de milho está praticamente parada desde o advento da tabela. Negócios vem sendo firmados e o milho transportado somente em rotas mais curtas, onde o valor praticado já era igual ou menor ao valor da tabela. O embarque do milho em navios está ocorrendo quase que exclusivamente em portos onde o acesso principal acontece por outros modais, que não o rodoviário, caso do porto de Santos, que recebe quase 80% dos grãos via ferrovia, e dos portos de Santarém, Itacoatiara, e Barcarena, abastecidos pelo acesso hidroviário”, diz a associação em nota.
Em julho, a Anec estima que 1,8 milhões de toneladas do grão foram exportadas, 45% menor do que o volume de embarcado no mesmo mês de 2017. No acumulado do ano, as exportações de milho totalizam 5,3 milhões de toneladas, 1 milhão a menos do que o resultado obtido entre janeiro e julho do ano anterior. A Anec usa uma base de dados diferente da do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Enquanto o MDIC leva em consideração os registros de exportação e documentos apresentados no embarque como base de cálculo, a Anec considera números de agências marítimas referentes ao volume efetivamente embarcado nos navios.
Comercialização
A indefinição sobre o frete dificulta a precificação da safrinha de milho – e também da soja 2018/2019 -, paralisando os negócios. De acordo com a Anec, ainda há um agravante para o escoamento do milho em relação à oleaginosa: o baixo valor no mercado interno.
Segundo o Cepea, as altas dos preços do milho se mantêm no mercado interno, devido à maior demanda. Compradores priorizam a aquisição de pequenos lotes para o abastecimento de curto prazo e, nestes casos, precisam elevar os valores. Vendedores, por sua vez, estão postergando novos negócios, diante do atraso da colheita da segunda safra, das incertezas quanto ao frete e, principalmente, da possível redução na produtividade.
Entre 27 de julho e 3 de agosto, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (Campinas – SP) subiu 3,24%, fechando a R$ 39,78/sc de 60 kg na sexta-feira, 3. Em julho, o Indicador acumulou alta de expressivos 7%.
Fonte: Anec e Cepea.
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